segunda-feira, 26 de maio de 2008

Colégio Maranhense - Marista



Ontem, dia 25 de maio de 2008, fiquei sabendo que o prédio do Colégio Maranhense - Marista, onde estudei de 1975 a 1985 (terminei o 3º ano no Colégio Dom Bosco), provavelmente será vendido para a Secretaria de Educação do Estado do Maranhão.

Quase que diariamente passo em frente ao velho Marista que ocupa boa parte da rua do Outeiro e da Oswaldo Cruz onde um dia também já foi a Quinta do Barão (hoje só existe da Quinta um portal de madeira e colunas de pedra de cantaria), e fico desolado em ver o estado de abandono em que se encontra um colégio que foi durante gerações motivo de orgulho para os que ali estudaram.

Entrei no Marista quando a direção do Colégio Maranhense estava a encargo do Irmão Jorge, e pela minha pouca idade, não posso afirmar sobre como foi a sua gestão mas me lembro que ele era um grande entusiasta da prática de esportes no colégio e o Marista da sua época arrebentava nos JEM's (Jogos Escolares Maranhenses).

Irmão Jorge deixou a direção do Colégio Maranhense e foi tomar conta da unidade Marista do Ceará, no caso o Colégio Cearense, e depois não soube o que foi feito dele. Em seu lugar aqui ficou o Irmão Rodrigues que era apelidado de "cabeça de cotonete" por causa da sua cabeleira bem branca.

Da mesma época eram Irmão Francisco, Irmão Caçador (de religião... ô velho difícil de tratar: uma vez deu nota zero para uma turma inteira por que ninguém soube escrever a oração "Ave Maria" com todos os efes, erres, vírgulas, etc.), Irmão Nelson, Irmão Turra, Irmão Aguiar, dentre outros que a memória não consegue, no momento, lembrar os nomes.

Professoras da época do primário foram muitas, mas guardo com carinho os ensinamentos de Autaflora (já falecida) e Aldener. Da Professora Paula eu (e acho que quase ninguém) não guardo boas recordações, pois a mulher era má e adorava bater com a caneta na cabeça dos alunos. Na quinta série conheci o Prof. Malveira (de Matemática) que, apesar no nome, de mal não tinha nada, mas da sua mulher, a Professora Margarida, ah, dessa eu tinha minhas reservas!

Da sexta série em diante vieram Benedita e Jesus (de Português), Carvalho (de História), Afrânio (de Geografia), Orzinete (de Biologia), e muitos outros, mas cabe aqui uma referência especial a Jansen (o quase eterno coordenador dos 2º e 3º anos do segundo grau), pessoa que se tornou uma lenda viva do Marista. Jansen sempre teve uma conduta irrepreensível dentro e fora do colégio, além de que dedicava a todos os alunos e pais de alunos uma paciência de Jó (risos). Nos esportes o Marista sobrava em tudo. Éramos o único colégio que tinha piscina própria e ali na água tudo era comandado pela mão-de-ferro do Gilson e pela simpatia de Julinho (os dois professores de natação); o volêi era de Antonino, sempre metido a galã com suas motos Honda; já o basquete era terreno de Teixeira e Stélio coordenava o handebol e toda a parte geral de educação física. Tinha também o judô, várias vezes campeão sob a batuta de Emílio.

Coquinho vendendo seus picolés; seu Elias (esposa e filhas) na única cantina do colégio; Orlando o zelador; Sr. Raimundo, o velhinho magro da portaria; Zé Maria da tesouraria... são tantas pessoas que vem na cabeça na hora que escrevo estas linhas e praticamente me transporto para dentro dos muros do velho colégio.

Muitas amizades ali foram feitas e alguns namoros ensaiados (embora eu fosse na época por demais tímido). Guardo com carinho dessa época muitos amigos, mas dois são especiais: Marlos Patrício Gomes Pessoa e Alzir de Souza Carvalho Filho, dois caras 100%! Sei que sou um amigo muito sem-vergonha, pois esqueço as datas de aniversário deles, sem contar que volta e meia sou convidado a ir visitá-los e nunca vou.

Quem um dia passou por ali sabe do que eu estou falando, afinal de contas um aluno Marista sempre será um Marista!

O velho colégio sempre sobreviverá - lindo e imponente - na memória da "mocidade do Colégio Marista, a sombra do estandarte de Maria".

15 comentários:

Unknown disse...

É, quem diria que o nosso ilustre Marista fecharia.Meu pai estudou lá, eu também. Boas recordações, que não voltam mais. Mai o principal ficou, às LEMBRANÇAS.A todos os ex-alunos um abraço, do amigo. Loester Mendes Junior.

Anônimo disse...

Eu sei o que falas, Smith. Sou igualmente egresso do Marista-COlégio Maranhense, e de lá saí para me tornar jesuita, e ainda me lembro de cantar o hino em francês, e das missas de Padre Paulo, tão boas de se assistir de manhã cedo. Não sabes como me entristeço com a noticia que me dás agora. Hoje resido em São Paulo, mas aa saudade ainda permanece, e é demais profunda...Um Grande abraço

Anônimo disse...

Nossa!!!Tuas palvras me entristecem a alma. Também sou Marista de coração. Hoje moro em Alfenas-MG, mas cheguei a ver a dura realidade em que a nossa escola se econtra e agora tudo o que nos resta é torcer para que o nosso velho e querido Marista caia em mãos de quem respeite e entenda a profundidade de sua grandeza de ontem, de hoje e de sempre! Joina Corrêa

Carmen Guimaraes disse...

Puxa vida,,,que tristeza. estudei la de 78 a 83 quando sai do Maranhao. Resolvi procurar pela Autaflora e achei seu site. Ela foi minha primeira professora la.
Fechar o marista?!! Inacreditavel....
De qualquer forma, obrigada pelas informacoes.

Carmen

Alexandre disse...

O Colégio Marista para a cidade é e sempre será uma referência. Não posso imaginar que aqueles corredores, quadras, campos, salas guardem um silêncio saudoso da alegria estonteante dos alunos que nunca esquecerão o tempo lá vivido. Ainda guardo na mente e no coração a imagem da capela, do auditório, da quadra, da pracinha lateral à capela, das escadarias com seus largos corrimãos, do sino que anunciava o fim do horário, mais tarde substituido pela campainha elétrica... enfim o Marista vive ainda em seus alunos que guardam não só as recordações do colégio, mas a essência de ser marista.
Alexandre

Flávio Assub disse...

Muito bom ler sobre o Marista! Tenho muitas saudades... Estudei minha vida toda, deixando apenas o antigo 3º ano científico para estudar em SP específico para a área de Humanas. Escrevi também sobre o eterno Marista! Vai aqui o link: http://assub.blogspot.com/2011/08/eu-estudei-no-colegio-maristas.html

Forte abraço!

Anônimo disse...

marista maranhense...saudades daquele velho parquinho..rss estudei la desde o famoso PRÉ-estudantil até a sexta serie e recordo tambem de muitas lembranças boas, da imensidão que começava do outro lado em um ginasio de frente pro parque bom menino e terminava na osvaldo cruz. quando passo pela frente do predio hoje do estado, colegio interno bate uma saudade do passado bom! abraço a todos os maristas de são luis.

Anônimo disse...

Bem, falar do Colégio Marista é falar da minha vida, desde a minha infância até a minha adolescência e dos meus irmãos, onde todos nós, por lá estudamos. As minhas irmãs foram para o Santa Tereza e o Rosa Castro. Época boa, cidade tranqüila, podia andar sem medo pelo centro da cidade, pois morávamos na Rua José Bonifácio, perto da padaria Santa Maria.
Irmão Jorge, não sei o seu paradeiro hoje, mas o que eu ainda me lembro de sua pessoa é que era de um caráter inestimável, como poucos. Passou-me muitas lições de vida, mesmo quando, do seu jeito ele nos cobrava ordem e disciplina, e que hoje devo um pouco disto a ele.
Irmão Jorge era uma emblemática e impecável, sabia com precisão o nome dos alunos, dava o bom dia a todos que adentravam a escola.
Lembro bem do Irmão Isaac, professor de história antiga, me fez aprender a gostar desta matéria, é que eu gostava mais dos números.
Amigos, tive muitos como Luis Rego Neto, Luiz Alfredo, cocoia, Jean, Bessa, Antonino, Agenor, Marcos Palhano Botelho, Luis Regino, Luisinho, e tantos outros que agora , na emoção, não consigo me lembrar. Amigos que crescemos juntos, ali na mesma turma, ou até em turmas separadas, mas estávamos ali, tanto no recreio batendo uma bola na quadra ou jogando conversa fora, esperando a vez de entrar.
Hoje moro e trabalho no Pará, e uma vez por ano vou a minha cidade e sempre passo em frente a minha escola e vejo o que resta dela. Coquinho, como alguém já mencionou, mora na minha memória. Era uma diversão na saída da escola quando a gente dava de cara com ele. Seu Elias na cantina, não sei como ele agüentava aquela meninada toda.
Sou da época da matéria de OSPB, imposta pelo governo da ditadura; de cantar o Hino Nacional com prazer todas as quintas na entrada de sala de aula; de participar das missas na capela aos domingos pela manhã; do JEMs; da disputa do guaraná Jesus com a JENEVE; do tempo em que o aluno respeitava o professor; em que os mapas eram feitos naquele papel bem fino e transparente, e que hoje nos dá uma noção de localização do mundo; em que se decorava uma tabuada e a repetia, sem titubear, de traz pra frente e vice e versa e ainda tinha a prova dos noves e do tempo em que no começo tínhamos aula de francês. Aprendi a falar essa língua com prazer.
Hoje os tempos são outros, acho até que melhorou em alguns aspectos, mas a disciplina ainda é tudo para um ser humano, é o que anda faltando em muitas escolas.
Quero terminar parafraseando um amigo: Eu jamais te esquecerei, Colégio Marista...

rosane disse...

Estudei la minha vida inteira, entrei no primeiro ano em que o colegio aceitou mulheres e so sai quando terminei,tenho saudades de cada sala, de cada professor e de cada diretor, em especial irmao jorge que hoje esta la em cima.
Parte de nossas vidas esta presente nos corredores daquela escola e tenho orgulho disso.

SILVIO JR disse...

Silvio Junior.. conhecido no Marista como Silvio "Durão"

O Marista - Colégio Maranhense, sempre será uma referência em minha vida.. pelo nível do ensino, pela cultura passada pelos Irmãos..sair do Marista em 1974 para fazer o curso Técnico de Eletromecânica da ETFMA..

Lembro do primeiro dia..dos brinquedos,arvores com muitos espinhos,quadra e campo de futebol..da formação que tínhamos que fazer todo dia, para hasteamento da bandeira e canto do hino nacional (Tempos de Ditadura..)..

Lembro do Professores.. Monteiro,Muniz..
Irmão Jorge..era o diretor na minha época.. sempre qdo a turma estava sem professor ele que ia tomar conta de nossa sala..vinha com um aparelho de som.. para acalmar a turma..

Hoje.. moro em BH e sempre relato a meus amigos .. minha passagem pelo Colégio Maranhense - Maristas

Sempre vou sentir muito orgulho de ter estudado lá.. e lamento que o prédio não seja mas dos Maristas..são os novos tempos..

LynBastos disse...

Estudei de 1973 a 1979 e foi lá mesmo que completei o antigo 2º Grau.
Colégio Maranhense ficava no que um dia foi chamado a Quinta do Barão. Fico triste, pois isso retrata o descaso do estado ou do governo com o tratamento dado a um bem de valor imensurável.
Você nomeando cada educador, veio-me à mente historias saudosas com o Irmão Jorge, do Irmão Francisco, do Irmão Caçador, Irmão Rodrigues, Irmão Nelson, Irmão Turra, Irmão Aguiar.
E não posso deixar de mencionar professores queridos dos quais sinto saudade, e todos da minha época. No meu coração eles são eternos.
Saudade também de nossos professores de educação física e do pessoal da secretaria.
O JEM's (Jogos Escolares Maranhenses) era uma loucura!!!
Gostava muito da conversa e dos picolés do Coquinho; seu Elias era gente fina;
Falaste bem....Muitas amizades ali foram feitas...e concordo plenamente com você quando diz um aluno Marista sempre será um Marista!
Muito obrigado pela lembrança saudosa que você proporcionou, pois na medida em que você revelava as suas lembranças, minhas lembranças, na minha mente, fez com que o tempo parasse naqueles anos onde lá vivenciamos uma educação maravilhosa.
Elyn

Unknown disse...

Lendo aqui história vc mencionou irmão Isac grande pessoa que hoje c encontra na casa de repouso do Marista meu nome é welder trabalho no Marista araçagy parabéns por sua história

Unknown disse...

Sou da velha guarda! Estudei (internato) de 1959 a 1963. Considero o melhor colegio em que estudei. Guardo recordações das aulas do Ir. Miguel, Ir. Marcelino, Ir. Mario, Ir. Ancelmo, Ir. Hipolito...e muitos outros. Dos colegas Chiquinho (Francisco Martins dos Santos Filho) Gasolina, Sauzinho, Adão, Miguel Camus, Osvaldo Dentinho, Farofa, Ênio Ericeira...É muitos outros. Ass. Gato Felix

Ronald Silva Pereira disse...

Parabéns! Smith Júnior. Pela ideia de falar um pouco desta grande escola que temos em nossa cidade, mesmo não estando em no centro de São Luís, estudamos juntos na mesma turma acredito que por dois anos consecutivos, você faz florescer lembranças espetaculares, morei por alguns anos no centro na rua de Godofredo Viana esquina com a Rua de santana, às vezes ia de carona com o Sr. Elias e sua família para a escola pois morávamos muito próximo. Todos os momentos vividos na escola foram maravilhosos.

Lucia Nobre disse...

Reconheci nos relatos dois colegas de minha época Elyn e outro não se identificou, mas identifiquei os colegas mencionados (Luiz Neto, Antônimo, etc)
Sim, ter sido aluna Marista nos marca para sempre, fiz questão de matricular meu filho no Marista, também.
Embora nos anos finais do Ensino Médio, o colégio já vivia uma decadência no seu rendimento escolar, não desistir. Meu filho cursou até o fim, muitos amigos colocavam seus filhos no Reino Infantil, Colégio que despontava na época como referência. Continuei acreditando na educação Marista e não estava errada. Assim como eu, meu filho é engenheiro, eu fiz UFMA, ele fez ITA.
Hoje tenho uma neta que estuda no Arquidiocesano Marista de São Paulo, seguindo tradições.
Somos muito felizes da educação Marista que recebemos e trazemos para vida. Valores humanos, científicos e religiosos.
Continuamos católicos.
Hoje, vou à São Luís a passeio, moramos todos em São Paulo, na loucura daquele cidade frenética e bonita.
O Marista tem novo endereço, para sobreviver aos novos tempos, teve que se reinventar, como a maioria das escolas particulares religiosas de hoje, mas o prédio antigo, continua lá, imponente, sobrevivendo aos novos alunos que muito provavelmente nada sabem da importância do que fora aquela escola. O atual governador, ex aluno Marista, teve a sensibilidade de manter o nome e continuar como escola, quero acreditar que foi um pouco de amor ao passado que vivera.
Assim, queridos e queridas Maristas, a escola sobrevive.
Nós, que por lá passamos, enquanto vivermos, nunca o esqueceremos.
Outra coisa, Sr Elias e D Vilma ainda vivem, são um lindo casal de velhinhos que se amam muito e namoram também. Jaqueline, filha deles, é minha amiga até hoje, estudamos juntas e a amizade ficou.

Um beijo a todos, se cuidem, estamos nessa Pandemia, espero continuar lendo histórias lindas de nossas vidas Marista.

Lucia Helena